sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Grafite em NY, Dos metros para as ruas e galerias de arte!


Arte em Nova Iorque – Grafite
(Revista Speak Up, no. 254, páginas 22-24)

Geralmente as pessoas reconhecem que a vida em Nova Iorque melhorou nos últimos anos, e que agora é mais limpa e mais segura do que costumava ser. E mesmo assim, esssa melhoria veio por um preço: muitas pessoas tiveram que deixar a cidade, já que não conseguiam mais se manter lá.
Outro aspecto da face de uma Nova Iorque transformada é o desaparecimento – ou transformação - do Grafite. Nos anos 70, quando a cidade era particularmente violenta e caótica, os carros de metrô eram cobertos por tinta de spray. Hoje, os carros estão impecáveis, e os “vândalos” que os pixavam se tornaram artistas respeitados.

MEU NOME É OMNI
Dois dos mais famoso grafiteiros de Nova Iorque, Keith Haring e Basquiat, ambos morreram jovens, mas existem vários outros que ainda atuam, apesar de usarem os muros como sua tela ultimamente. Um bom exemplo, é Dan Whedon, que assina seu trabalho como “Omni”. Ele contou à Speak Up como o grafite se tornou uma característica da vida em Nova Iorque:

Dan Whedon – Foi um dos diferentes aspectos da cena hip-hop. No início dos anos 80, final dos anos 70, a cena hip-hop se tornou..era uma ambiente underground, não haviam vídeos de rap da MTV por todo lugar, as pessoas colocavam pedaços de papelão da rua e apresentavam o break-dance e rap só tocava raramente nas rádios, tarde da noite em certas rádios, nós como artistas do grafite pintávamos nossos carros de metrô de madrugada e era nossa sub-cultura, nós não fazíamos isso pra ninguém a não ser nós mesmos.

Whedon foi abordado por donos de galeria de arte.

Dan Whedon – Bem, no início dos anos 80, eu na verdade tiver minha primeira apresentação em um grupo, acho que eu devia ter uns 14 anos e, na apresentação, Jean-Michel Basquiat.. estava.. estava na apresentação. Eu não tinha idéia de quem era aquela pessoa. Eu não ligava pra quem era aquela pessoa. Eu estava interessado em sair da galeria, pra que pudéssemos ir ao pátio de carros de metrô e pintá-los naquela noite. Então meu interesse era pintar carros de metrô e eu estava bastante comprometido com isso e não me importava com a galeria, ou qualquer coisa do tipo.

O FIM DE UMA ERA
Mas, como todas as coisas boas, a era do Grafiti chegou ao fim. O Movimento Trens Limpos iniciou-se em 1989 e Rudy Giuliani se tornou prefeito em 1994.

Dan Whedon – Eu nunca parei de gostar de pintar carros de metrô. Na verdade eu ainda quero pintá-los, só que não quero ser pego. O que aconteceu? O MTA metodicamente se livrou de maior parte do grafite – todos os carros de metrô grafitados – ao atacar uma linha de metrô por vez. Por exemplo, eles iriam até a linha um, e carro por carro, iam sendo substituídos por carros de metrô que ainda não tinham sido grafitados – nós os grafitávamos – e uma vez que estavam com outro grafite, eram tirados de circulação imediatamente, para que não tivessem chance de circular, e isso se seguiu, levou 10 anos para que eles finalmente conseguissem o que queriam.

Tempos Difíceis
Artistas do Grafite de Nova Iorque não decoram mais os carros de metrô e hoje se concentram em murais. Mas ate mesmo aqui encontram problemas: nos últimos meses o trabalho de artistas como “Swoon”, “Banksy”, “Neck Face”, “Shepard Fairey”, “Lepos”, “Faro” e “Elbow” foram “espirrados” por sabotadores anônimos. A revista New York até publicou um artigo sob o título “O Vândalismo Vândalo”.

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