terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fundo Getty para artes



Um dos maiores patrocinadores das artes no mundo, o Fundo J. Paul Getty é uma instituição filantrópica cultural internacional que se enfoca nas artes visuais em todas as suas dimensões. O Getty serve tanto o público em geral como uma ampla rede de comunidades de profissionais em Los Angeles e em todo o mundo.

Através do trabalho de quatro programas Getty – o Museu, o Instituto de Pesquisa, e a Fundação – o Getty procura se aprofundar no conhecimento e nutrir um senso crítico através do crescimento e apresentação de suas coleções e através do avanço do entendimento e preservação da herança artística no mundo. O Getty busca essa missão na convicção de que a consciência cultural, a criatividade, e o prazer na estética são essenciais para uma sociedade civil.

Localizações
A base do Getty está em Los Angeles, Califórnia, e recebe aproximadamente 1.8 milhões de visitantes por ano em suas duas locações: o Getty Center em Los Angeles, e o Getty Villa em Malibu.

O Getty Center, um campus incrustado num monte, desenhado e desenvolvido por Richard Meier, abriu em 1997 e comemorou seu décimo aniversário em 2007.

A Getty Villa em Malibu, a locação original do Museu J. Paul Getty, reabriu no início de 2006 com uma nova missão de ser um centro educacional e museu, dedicados às artes e culturas das antigas Grécia, Roma e Etrúria.

Tanto o Getty Center como a Getty Villa atendem um variado público através de exibições, conversação, bolsas de estudo, pesquisa e programas públicos.

História
J. Paul Getty via a arte como uma influência civilizadora na sociedade e acreditava fortemente em tornar a arte disponível para o público para sua educação e prazer. Ele abriu o Museu J. Paul Getty ao público em 1954. Este pequeno museu, localizado em sua casa de campo em Malibu, abrigava coleções de antiguidades Gregas e Romanas, mobília Francesa do século 18, e pinturas Européias. Fascinado pelo mundo antigo do Mediterrâneo, ele mais tarde construiu uma estrutura ao estilo Romano, modelada de acordo com a Villa dei Papiri no primeiro século a.C.

Quando a maior parte dos bens pessoais do Sr. Getty passou para o Fundo, em 1982, os curadores procuraram fazer uma grande contribuição para as artes visuais através da expansão do Museu bem como com uma nova gama de programas. O Instituto de Conservação Getty, o Instituto de Pesquisas Getty, e o Programa de Auxílio Estudantil foram fundados nos anos 80. O Programa de Auxílio Estudantil, que promovia o trabalho de todos os programas Getty e administrava o Instituto de Liderança Getty, se tornou a Fundação Getty em 2005.

O Fundo J. Paul Getty Trust continuou a desenvolver a visão do Sr. Getty, apoiado pelas direções em seu testamento, que pedia pela “difusão do conhecimento geral e artístico”.

Museu

O Museu J. Paul Getty visa aprofundar o conhecimento das artes visuais e nutrir o senso crítico através do colecionamento, preservação, exibição e interpretação de trabalhos de arte da mais alta qualidade. Para cumprir essa missão, o Museu continua a acrescentar à sua coleção através de compras e doações, apresentando o impacto das artes usando exibições, publicações, programas educacionais desenvolvidos para um amplo público, e também com programas de artes performáticas. O Museu trabalha para oferecer a seus visitantes o acesso às artes visuais mais inovadoras enquanto apreciam uma experiência única vendo os trabalhos de arte em nosso Getty Center e Getty Villa. Enquanto usufrui os recursos do Fundo Getty, o Museu também estende o alcance de sua missão pela Internet e através de constantes intercâmbios de trabalhos de arte, profissionais e especialistas.

O Museu J. Paul Getty no Getty Center em Los Angeles abriga pinturas, desenhos, esculturas, manuscritos iluminados e artes decorativas Europeus e fotografias Européias e Americanas.

O Museu J. Paul Getty na Getty Villa em Malibu reabriu em 28 de Janeiro de 2006, após o término de um grande projeto de renovação. Como museu e centro educacional dedicado ao estudo das artes e culturas da Grécia, Roma e Etrúria antigas, a Getty Villa atende á um variado público através de exibições, conservação, bolsas de estudo, pesquisa e programas públicos. A Villa abriga aproximadamente 44 mil trabalhos de arte da extensa coleção do Museu de antiguidades Gregas, Romanas e Etruscas, das quais mais de 1.200 estão expostas.

Fundação

A Fundação Getty cumpre a missão filantrópica do Fundo Getty apoiando indivíduos e instituições comprometidos com o avanço e preservação das artes visuais localmente e em todo o mundo. Através de auxílios estudantis e programas estratégicos, a Fundação fortalece a história da arte como disciplina global, promove a prática interdisciplinar de conservação, aumenta o acesso à coleções do museu e de arquivos, e aprofunda futuros e atuais líderes nas artes visuais. A Fundação conduz seu trabalho em colaboração com o Museu Getty, o Instituto de Pesquisa, e o Instituto de Conservação, para assegurar que os programas Getty alcancem um grande impacto.

De: http://www.getty.edu/

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Discurso inaugural do Presidente Obama

Texto do discurso inaugural do Presidente Barack Obama na Terça-feira, como proferido.

OBAMA: Meus companheiros cidadãos:

Estou aqui hoje em submissão à tarefa diante de nós, grato pela confiança que vocês depositaram em mim, ciente dos sacrifícios feitos por nossos antepassados. Agradeço o Presidente Bush por seu serviço à nossa nação, bem como a generosidade e cooperação que ele mostrou através dessa transição.

Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial. Palavras que foram faladas durante períodos crescentes de prosperidade e em tempos de paz. Mesmo assim, ás vezes o juramento é feito em meio à nebulosidade e tempestades fortes. Nesses momentos, a América continuou seu caminho não simplesmente por causa da habilidade ou visão daqueles no alto escalão, mas porque nós o povo permanecemos fiéis aos ideais de nossos ancestrais, e verdadeiros aos nossos documentos de fundação.

E assim tem sido. E assim deve ser com essa geração de Americanos.

Que nós estamos no meio de uma crise é agora de conhecimento de todos. Nossa nação está em Guerra, contra uma rede de violência e ódio de grande alcance. Nossa economia está enfraquecida, uma consequência da ganância e irresponsabilidade por parte de alguns, mas também nossa falha coletiva ao tomar decisões difíceis e preparar nossa nação para uma nova era. Casas foram tomadas, trabalhos perdidos, negócios desmontados. Nosso sistema de saúde é muito caro, nossas escolas falham muitas vezes; e cada dia traz mais evidências de que a forma como usamos a energia fortalece nossos adversários e ameaça nosso planeta.

Esses são os indicadores de uma crise, assunto de dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profundo é o enfraquecimento da confiança em todo o país – um medo importuno de que o declínio da América é inevitável, e que a próxima geração deve diminuir suas expectativas.

Hoje eu lhes digo que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e são vários. Eles não serão resolvidos facilmente ou em um curto período de tempo. Mas saiba disso, América – eles serão resolvidos.

Neste dia, nos reunimos porque escolhemos esperança ao invés de medo, unidade de propósito ao invés de conflito e discórdia.

Neste dia, nós viemos proclamar um fim para as queixas insignificantes e falsas promessas, as recriminações e dogmas desgastados, que por muito tempo deteriorou nossa política.

Nós permanecemos uma nação jovem, mas nas palavras da Escritura, o tempo chegou de deixar de lado as coisas de criança. O tempo chegou para reafirmar nosso espírito tolerante; de escolher nossa melhor história; de levar adiante este precioso dom, esta nobre idéia, passada de geração a geração: A promessa de Deus de que todos são iguais, todos são livres e todos merecem uma chance de perseguir sua porção de felicidade.

Reafirmando a grandeza de nossa nação, entendemos que a grandeza nunca é dada. Deve ser alcançada. Nossa jornada nunca foi de atalhos ou aceitando o medíocre. Não foi um caminho para os fracos – para aqueles que preferem lazer ao invés de trabalho, ou buscam os prazeres da riqueza e fama. E sim, foi um caminho de pessoas que correm riscos, os que fazem, que constróem coisas – alguns conhecidos, mas normalmente homens e mulheres que fazem seu trabalho em silêncio, que nos carregaram durante o longo caminho em direção à prosperidade e liberdade.

Por nós, eles empacotaram suas poucas possessões materiais e viajaram atravessando oceanos procurando por uma nova vida.

Por nós, eles trabalharam pesado em fábricas e se estabeleceram no Oeste; suportaram açoitadas de chicote e araram a terra dura.

Por nós, eles lutaram e morreram, em lugares como Concord e Gettysburg; Normandia e Khe Sanh.

Por várias vezes esses homens e mulheres lutaram e sacrificaram e trabalharam até que suas mãos estivessem feridas para que tivéssemos uma vida melhor. Eles viram a América como algo maior do que a soma de nossas ambições individuais; maior que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.

Esta é a jornada que continuamos hoje. Nós continuamos sendo a nação mais próspera e poderosa da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando a crise começou. Nossas mentes não estão menos engenhosas, nossos bens e serviços não menos necessários do que eram na semana passada ou mês passado ou ano passado. Nossa capacidade continua intocada. Mas o nosso tempo de não voltar atrás, de proteger nossos interesses mesquinhos e atrasar decisões desagradáveis – este tempo certamente passou. Começando hoje, nós devemos nos levantar, tirar a poeira de cima, e começar de novo o trabalho de refazer a América.

Porque em todo lugar que olhamos, há trabalho a ser feito. O estado da economia pede por uma ação, audaciosa e rápida, e nós agiremos – não somente para criar novos trabalhos, mas para estabelecer uma nova base para o crescimento. Nós construiremos estradas e pontes, as grades elétricas e linhas digitais que alimentam nosso comércio e nos interligam. Restauraremos a Ciência colocando-a em seu devido lugar, e manejar as maravilhas tecnológicas para aumentar a qualidade do sistema de saúde e diminuir custos. Iremos aproveitar o sol e os ventos e o solo para abastecer nossos carros e fazer funcionar nossas fábricas. E iremos transformar nossas escolas e faculdades e universidades para suprir as exigências de uma nova era. Tudo isso nós podemos fazer. Tudo isso nós iremos fazer.

Agora, existem alguns que questionam a escala de nossas ambições – que sugerem que nosso sistema não pode tolerar tantos grandes planos. A memória deles é curta. Porque eles se esqueceram do que este país já fez; o que homens e mulheres livres podem alcançar quando a imaginação se junta ao propósito comum, e à necessidade de coragem.

O que os cínicos falham em entender é que o chão mudou debaixo deles – que os argumentos políticos envelhecidos que nos consumiu por tanto tempo não se aplicam mais. A pergunta que fazemos hoje não é se o nosso governo é muito grande ou muito pequeno, mas se ele funciona – se ajuda famílias a encontrar um trabalho com salário decente, cuidados que elas podem pagar, uma aposentadoria digna. Onde a resposta for “sim”, temos que seguir adiante. Onde a resposta for “não”, os programas irão acabar. Aqueles de nós que controlam o dinheiro público serão responsáveis - por gastar sabiamente, mudar hábitos ruins, e fazer nossos negócios à luz do dia – porque somente desta forma podemos restaurar a confiança vital entre as pessoas e seu governo.

A questão diante de nós é se o Mercado é uma força para o bem ou para o mal. Seu poder de gerar riqueza e expandir a liberdade é incontestável, mas essa crise nos lembrou de que sem cuidados, o Mercado gira fora de controle – e que a nação não consegue prosperar por muito tempo quando favorece somente os prósperos. O sucesso da nossa economia sempre foi dependente não somente do tamanho de nosso produto interno bruto, mas no alcance de nossa prosperidade; em nossa capacidade de estender oportunidades para todos que a desejam – não por caridade, mas porque é um caminho certo para o bem comum.

Para nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a escolha entre a nossa segurança e nossos ideais. Nossos antecessores… os que estabeleceram os alicerces de nossa nação, ao enfrentarem perigos que mal podemos imaginar, escreveram um capítulo para assegurar a lei e os direitos do homem, um capítulo expandido pelo sangue de gerações. Aqueles ideais ainda iluminam o mundo, e nós não abriremos mão deles por conveniência. E então para todas as outras pessoas e governantes que estão assistindo hoje, das grandes capitais à pequena vila onde meu pai nasceu: saiba que a América é amiga de cada nação e de todo homem, mulher e criança que procura um futuro de paz e dignidade, que estamos dispostos a liderar mais uma vez.

Lembrem-se que gerações anteriores enfrentaram o fascismo e comunismo não somente com mísseis e tanques, mas também com alianças firmes e convicções duradouras. Eles entenderam que somente nosso poder não pode nos proteger, ou nos dá o direito de fazer como quisermos. Ao invés disso, eles sabiam que nosso poder cresceu através da prudência; nossa segurança vem da imparcialidade de nossa causa, a força do nosso exemplo, as qualidades temperadas da humildade e limitação.

Nós somos guardiões deste legado. Guiados mais uma vez por aqueles princípios, podemos ir de encontro a essas novas ameaças que exigem grande esforço – e ainda uma maior cooperação e entendimento entre as nações. Começaremos a deixar o Iraque com seu povo, e moldar uma paz conquistada com esforço no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos inimigos, nós iremos trabalhar incessantemente para diminuir a ameaça nuclear, e reduzir o espectro de um planeta em aquecimento. Não iremos nos desculpar pelo nosso modo de vida, ou iremos hesitar em sua defesa, e para aqueles que planejam avançar em seus planos de induzir o terror e massacrando inocentes, nós dizemos para vocês que nosso espírito está mais forte e não pode ser derrotado; vocês não podem nos superar, e iremos derrotá-los.

Porque agora sabemos que nossa “herança colcha-de-retalhos” é uma força, e não uma fraqueza. Nós somos uma nação de Cristãos e Muçulmanos, Judeus e Hindus – e aqueles que também não têm um credo. Somos moldados por todo idioma e cultura, vindos de todos os cantos da Terra; e porque já experimentamos a amarga lavagem da guerra civil e segregação, e emergimos deste capítulo negro mais fortes e mais unidos, nós não podemos fazer outra coisa a não ser acreditar que antigos ódios passarão um dia; que as marcas do povo passarão; que na medida que o mundo fica menor, nossa humanidade comum deverá se revelar; e a América deve desempenhar seu papel de liderar para uma nova era de paz.

Para o mundo Muçulmano, nós procuramos um novo caminho adiante, baseado em interesse e respeito mútuos. Para aqueles líderes em todo o mundo que intencionam semear conflito, ou culpar as doenças de sua sociedade no Oeste – saiba que seu povo o julgará no que você conseguiu construir, não no que você destruiu. Para aqueles que se mantêm no poder através da corrupção e engano e silenciando os que discordam, saibam que vocês estão do lado errado da história; mas estamos dispostos a lhes estender a mão se vocês estiverem dispostos a descerrar o punho.

Para as pessoas em nações pobres, nós juramos trabalhar junto a vocês para que suas fazendas prosperem e que a água potável corra; para alimentar corpos famintos e mentes famintas. E para aquelas nações como a nossa que gozam de abundância, dizemos que não podemos mais aceitar indiferença em relação aos que sofrem fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem considerar os efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.

Considerando a estrada diante de nós, devemos lembrar com humildade e gratidão aqueles bravos Americanos que, nesse exato momento patrulham desertos ermos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos dizer, bem como os heróis que estão em Arlington e sussurram através dos anos. Nós os honramos não somente porque eles são guardiões de nossa liberdade, mas porque eles representam o espírito de servir; uma vontade de encontrar significado em algo maior que eles mesmos. E mesmo assim, neste momento – um momento que irá definir uma geração – é precisamente este espírito que deve habitar em todos nós.

Porque por mais que o governo possa e deva fazer, é na verdade a fé e determinação do povo Americano em que esta nação confia. É a bondade de receber um estrangeiro quando os diques se rompem, a abnegação de trabalhadores que preferem diminuir suas horas de trabalho a ver um amigo perder o emprego que nos conduz nas horas difíceis. É a coragem dos bombeiros de subir em uma escada para um lugar cheio de fumaça, mas também a vontade de um pai de alimentar seus filhos, que finalmente decide nosso destino.

Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos que teremos que usar para resolvê-los podem ser novos. Mas aqueles valores de que o nosso sucesso depende – trabalho duro e honestidade, coragem e jogo limpo, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo – estes são antigos. Estas coisas são verdadeiras. Elas têm sido a força silenciosa do progresso durante a nossa história. O que é exigido então é um retorno dessas verdades. O que é exigido de nós agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento, por parte de todo Americano, que temos deveres com nós mesmos, nossa nação, e com o mundo, deveres que não devemos aceitar de má vontade mas sim com alegria, firmes no conhecimento de que não há nada mais satisfatório ao espírito, tão definidor de nossa personalidade, do que termos uma tarefa difícil pela frente.

Este é o preço e a promessa de cidadania.

Esta é a fonte de nossa confiança – a consciência de que Deus nos chama para moldar um destino incerto.

Este é o significado de nossa liberdade e nosso credo – porque homens e mulheres e crianças de toda raça e fé podem se juntar e celebrar por esse magnífico lugar, e porque um homem cujo pai há menos de sessenta anos atrás não poderia ser garçom de um restaurante local pode agora estar diante de vocês para fazer o juramento mais sagrado.

Então que possamos marcar este dia com lembranças, de quem somos nós e quão longe alcançamos. No ano de nascimento da América, no mês mais frio, um pequeno grupo de patriotas amontoados ao redor de fogueiras nas margens de um rio congelado. A capital estava abandonada. O inimigo estava avançando. A neve estava manchada de sangue. Em um momento que o resultado de nossa revolução estava em questão, o pai de nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas para o povo:

"Que seja dito para o mundo vindouro… que na profundidade do inverno, quando nada a não ser a esperança e a virtude poderiam sobreviver… que a cidade e o país, alarmados por um perigo comum, vieram adiante e o enfrentaram.”

América, em face de nosso perigo comum, neste inverno de dureza, lembremos essas palavras eternas. Com esperança e virtude, desbravemos mais uma vez as correntes geladas, e enfrentemos as tempestades que possam vir. Que seja dito para os filhos de nossos filhos que quando fomos testados nos recusamos a deixar esta jornada acabar, que nós não viramos as costas ou hesitamos; e com os olhos fixos no horizonte e com a graça de Deus sobre nós, levamos em frente o grande presente da liberdade e entregamos em segurança para futuras gerações.

Obrigado. Deus os abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América.

http://news.yahoo.com/s/ap/20090120/ap_on_go_pr_wh/inauguration_obama_text

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Huey P. Newton e os Panteras Negras





Huey Percy Newton (17 de Fevereiro de 1942 – 22 de Agosto de 1989), foi co-fundador e líder do Partido dos Panteras Negras para Auto Defesa, uma organização afro-americana estabelecida para promover o Poder Negro, direitos civis e auto-defesa.

Newton nasceu em Monroe, estado da Louisiana dos pais Amelia e Walter Newton, um meeiro e pastor Batista; ele era o mais novo em sua família, e seu nome foi dado para homenagear Huey Long. A família de Newton se mudou para Oakland, no estado da Califórnia quando ele tinha três anos. Apesar de haver completado a educação secundária na Escola Técnica de Oakland, Newton não sabia ler. Durante o curso de sua auto-instrução, ele se esforçou para ler a “República” de Platão, que ele veio a entender depois de persistentemente ler cinco vezes. Este sucesso, ele disse a um entrevistador, foi a faísca para que ele se tornasse um líder.

Enquanto estudava na faculdade Oakland City College, Newton se envolveu ativamente nos assuntos políticos da área. Ele se juntou à Associação de Afro-Americanos, se tornou um membro proeminente da Fraternidade Phi Beta Sigma, da divisão Beta Tau, e desempenhou papel importante na adoção do primeiro curso de História dos Negros entre as disciplinas da faculdade. Ele leu obras de Karl Marx, Vladimir Lênin, Frantz Fanon, Malcom X, Mao Zedong e Che Guevara. Foi durante este tempo na faculdade que Newton, juntou-se a Bobby Seale, e organizou o Partido dos Panteras Negras para Auto Defesa em Outubro de 1966. Seale assumiu o cargo de diretor, enquanto Newton se tornou o Ministro da Defesa.

Newton e Seale decidiram que o suposto abuso de poder da polícia em Oakland contra Afro-americanos tinha que parar. Dos estudos em Direito na faculdade, Newton estava ciente e conhecedor do Código Penal da Califórnia e as leis estaduais relacionadas a armas, e então foi capaz de persuadir alguns Afro-americanos a exercitar seu direito legal de portar armas abertamente (tendo em vista que esconder armas de fogo era ilegal). Membros do Partido dos Panteras Negras para Auto Defesa carregavam seus rifles e revólveres e começaram a patrulhar áreas onde a polícia de Oakland supostamente estava cometendo crimes motivados por racismo contra os cidadãos da comunidade negra. As patrulhas na rua tiveram amplo apoio da comunidade Afro-americana local. Newton e Seale também foram os responsáveis por escrever a Plataforma e Programa do Partido dos Panteras Negras, que foi grandemente influenciado pelo Maoísmo. Newton foi o instrumento de criação de um programa de café-da-manhã para centenas de crianças das comunidades locais antes que fossem para a escola todos os dias.

Newton foi acusado pelo assassinato de um policial de Oakland, o oficial John Frey.

Frey havia parado Newton antes do amanhecer do dia 28 de Outubro de 1967, e tentou desarmar e desencorajar as patrulhas dos Panteras. Depois que o seu parceiro, o oficial Herbert Heanes, chegou para ajudar, tiros foram disparados, e todos os três foram feridos. Heanes testemunhou que os tiros começaram depois que Newton estava sob custódia, e uma outra testemunha disse que Newton atirou em Frey com a própria arma de Frey durante uma luta. Não foram encontradas as armas de Frey ou Newton. Frey foi atingido quatro vezes e morreu uma hora depois, enquanto Heanes não estava numa situação muito melhor com três tiros. Com um ferimento de bala no abdômen, Newton cambaleou até o Hospital da cidade. Ele foi aceito, mas ficou chocado ao acordar algemado à sua cama.

Newton foi condenado pelo assassinato de Frey em Setembro de 1968, sob a pena de homicídio culposo e sentenciado de 2 a 15 anos de prisão. Em Maio de 1970, a Corte Apelativa da Califórnia reverteu a condenação e pediu um novo julgamento. Depois de dois julgamentos incorretos, o Estado da Califórnia abandonou o caso.

Enquanto Huey estava na prisão, o número de membros de seu partido caiu significativamente em várias cidades. O FBI, que desenvolveu táticas de operação contra-insurgentes, a COINTELPRO, fez campanhas para eliminar os programas de ajuda à comunidade dos Panteras Negras, como os cafés-da-manhã gratuitos, testes para anemia, comida e roupa de graça. Fundos para vários dos programas vieram de comerciantes independentes da área: traficantes e cafetões. Bobby Seale mais tarde escreveu sobre suas suspeitas do envolvimento de Newton e uma tentativa de entrar no tráfico de drogas de Oakland, dizendo que Newton tentou ‘derrubar’ cafetões e traficantes; como resultado, um acordo com assassinos foi feito pela vida de Newton. Mas essa estória nunca foi provada. Sugere-se que tal paranóia mútua entre amigos de longo tempo e co-fundadores, Seale e Newton, foi criada por J. Edgar Hoover e o FBI. O FBI mandou o que ficou conhecido como cartas “marrons” – cartas fabricadas (normalmente com ameaças de morte), aparentemente escritas pelos Panteras. Este medo resultou em um grande declínio no número de membros do Partido e sua eventual falência.

Os fundos para os programas de sobrevivência do Partido dos Panteras Negras, incluindo café-da-manhã gratuito para crianças, distribuição de comida e sapatos, clínicas de graça, teste gratuito de anemia, teste gratuito de contaminação com chumbo, seguro social para idosos e controle gratuito de animais, sempre vieram de várias fontes. As principais fontes eram pessoas pobres da comunidade, vendedores de rua independentes, e celebridades como Marlon Brando, Richard Pryor, Dick Gregory, Jim Brown, Jimi Hendrix e James Brown.

O declínio no número de membros dos Panteras somente aconteceu depois que o FBI obteve sucesso em dividir a liderança dos Panteras em 1971. Em seu auge, o número de membros era de 5.000 a 7.000 em 1970. Em 1974, várias acusações foram feitas contra Newton, e ele também foi acusado do assassinato de uma prostituta de 17 anos, Kathleen Smith. Newton não compareceu à corte. Sua fiança foi revogada, uma ordem de prisão foi emitida, e Newton então entrou para a lista de ‘mais procurados’ do FBI. Newton violou a ordem e escapou para Cuba, onde passou três anos em exílio.

Em Janeiro de 1977, o líder Jim Jones visitou Newton em Cuba. Depois que Jones voou para Jonestown, na Guiana, Newton falou aos membros da Igreja de Jones em Jonestown por telefone dando apoio a Jones durante um dos cultos. O primo de Newton, Stanley Clayton era um dos poucos residentes de Jonestown que escapou à tragédia de 1978, em que mais de 900 membros da igreja cometeram suicídio, ordenados por Jones. Newton voltou para casa em 1977 para cumprir a pena de assassinato porque, ele disse, o clima nos Estados Unidos estava mudando, e ele acreditava que poderia ter um julgamento justo. Porque a evidência era em sua maioria circunstancial e não sólida, Newton foi absolvido do assassinato de Smith depois de dois julgamentos.

Newton se formou pela Universidade da Califórnia em Santa Cruz, em 1974. Ele então se matriculou como aluno da pós-graduação em História da Consciência na mesma Universidade, em 1978, após ter conseguido (enquanto na prisão) cursos de leitura do biólogo evolucionista Robert Trivers. Ele e Trivers se tornaram amigos próximos. Trivers e Newton publicaram uma análise influente sobre o papel da tripulação na queda do Vôo 90 da Air Flórida. Mais tarde, a viúva de Newton, Frederika Newton, discutiria sobre os trabalhos sempre ignorados de seu marido no programa C-SPAN's "American Perspectives" no dia 18 de Fevereiro de 2006, mencionando que Newton obteve um Ph.D. da Universidade da Califórnia em Santa Cruz em 1980. Sua dissertação de doutorado tinha como título “Guerra contra os Panteras: Um estudo da repressão na América”.

Em 1985, Newton foi acusado por desvio de fundos federais e estaduais para os programas de nutrição e educação da comunidade dos Panteras Negras. Ele foi condenado em 1989. Mais tarde houve rumores de que Newton desviou o dinheiro para financiar seu vício em álcool e drogas. Ele foi voluntariamente para o tratamento de álcool e drogas no centro de tratamento em Alta Bates e completou com sucesso o tratamento quando o colunista da Crônica de São Francisco, Herb Caen, tornou as circunstâncias de Newton, públicas. Sob a pressão de repórteres, Newton deixou Alta Bates prematuramente.

Em 22 de Agosto de 1989, Newton foi fatalmente assassinado na vizinhança de Acorn Projects em Oakland por um jovem de 24 anos, Tyrone Robison. Robison foi condenado pelo assassinato em Agosto de 1991 e sentenciado a 32 anos pelo crime. Relatos policiais dizem que o assassino era um conhecido traficante em Oakland. Foi relatado que Newton e Robison, que se conheciam há dois anos, discutiram devido á quantidade de cocaína e que Robison atirou no antigo líder dos Panteras, então com 47 anos. Robinson argumentou que Newton puxou uma arma quando os dois se encontraram numa esquina da vizinhança, disse o Sargento Mercado, mas os investigadores dizem que não encontraram evidência de que Newton estivesse armado. O assassinato aconteceu em um bairro onde Newton, como ministro da defesa dos Panteras Negras, uma vez tentou implantar programas sociais para ajudar negros sem condições. A polícia informou que Robison disse ter se recusado a vender drogas pra Newton e que os dois discutiram por aproximadamente um minuto. Investigadores acreditam que Newton roubou drogas da gangue.

As últimas palavras de Newton, quando encarando seu assassino, foram, “Você pode matar meu corpo, mas não pode matar minha alma. Minha alma viverá para sempre!” Ele então sofreu três tiros no rosto, saídos da arma de Robinson, que era conhecido pelo nome de rua “Double R”.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Stan Lee - Biografia




Stan Lee (nascido Stanley Martin Lieber em 28 de Dezembro de 1921) é um escritor e editor Americano, foi o Diretor Emérito da Marvel Comics, e memorialista. Apesar de não estar mais oficialmente ligado à empresa, a não ser pelo título de “Direto Emérito”, Stan Lee continua sendo um rosto comum na indústria. Com a ajuda de vários artistas co-criadores, especialmente Jack Kirby e Steve Ditko, ele co-criou Spider-Man, Fantastic Four, X-Men, Hulk, Thor, Iron Man, Daredevil, Doctor Strange, e vários outros personagens, introduzindo personagens complexos e um meticuloso universo aos super heróis em quadrinhos. Ele subseqüentemente levou à expansão da Marvel Comics de pequena editora à grande corporação multimídia.

Lee nasceu na Cidade de Nova Iorque, no apartamento de seus pais, imigrantes judeus nascidos na Romênia, Célia Solomon e Jack Lieber. Seu pai, alfaiate, trabalhava esporadicamente após a Grande Depressão, e a família se mudou para um bairro mais barato de Manhattan, em Washington Heights. Quando Lee tinha nove anos, seu único irmão, Larry Lieber, nasceu. Lee frequentou a escola DeWitt Clinton High School, no Bronx, para onde sua família se mudou depois. Um leitor voraz que gostava de escrever quando adolescente Lee trabalhou meio-período escrevendo obituários para um serviço de notícias e resumos de notícias para o Centro Nacional de Tuberculose, entregava sanduíches para a farmácia Jack May em escritórios do Rockfeller Center; trabalhando como Office boy para o jornal New York Herald Tribune. Ele se formou no ginásio aos 16 anos, em 1939, e se juntou ao Projeto Federal de Teatro WPA.

Com a ajuda de seu tio, Robbie Solomon, cunhado do editor de quadrinhos de uma revista, Martin Goodman, Lee se tornou assistente na nova divisão da empresa de Goodman, o Timely Comics. Que eventualmente, na década de 60, se tornaria a Marvel Comics. Lee, cuja prima era casada com Goodman, foi formalmente contratado pelo editor da Timely, Joe Simon. O primeiro trabalho publicado do jovem Stanley Lieber, foram os diálogos da estória “Capitão América frustra a vingança do traidor” na revista do Capitão América #3 (Maio de 1941), usando o pseudônimo “Stan Lee”, que anos mais tarde ele adotaria como seu nome legal. Lee explica mais tarde em sua autobiografia e em numerosas outras fontes que ele pretendia guardar seu nome de família para trabalhos mais literários. Essa estória inicial também apresentava a marca registrada do Capitão América, o escudo ricocheteante, que imediatamente se tornou uma das características do personagem.

Ele se graduou de escritor de diálogos para escritor de toda a estória em quadrinhos com a estória “Caçador de Notícias, Correspondente Internacional”, duas edições mais tarde. O primeiro super herói co-criado de Lee foi o Destroyer, no Mystic Comics #6 (Agosto de 1941). Outros personagens que ele criou durante esse período, que os fãs e historiadores chamam de Era Dourada dos quadrinhos, incluem Jack Frost, estreiando no USA Comics #1 (Agosto de 1941), e Father Time, estreiando no Captain America Comics #6 (Agosto de 1941). Quando Simon e seu parceiro na criação, Jack Kirby deixaram a empresa no final de 1941, após uma disputa com Goodman, o diretor nomeou Lee, com menos de 19 anos, como editor interino. O jovem mostrou aptidão para os negócios o que o levou a permanecer como editor-chefe da divisão de quadrinhos, bem como diretor de arte por um grande período, ate 1972, quando ele sucederia Goodman como diretor.

Lee serviu no exército Americano no início de 1942, onde também escrevia manuais, filmes de treinamento, slogans, e ocasionalmente quadrinhos. Sua classificação militar, ele diz, foi “dramaturgo”; ele adiciona que somente nove homens no Exército Americano receberam esse título. Vincent Fago, editor da seção “quadrinhos de animação” da Timely, que colocava humor e animais engraçados, o substituiu, ate o retorno de Lee do serviço militar na Segunda Guerra Mundial em 1945.

Na metade da década de 50, quando a empresa era conhecida como Atlas Comics, uma campanha intitulada “campanha decente” liderada pelo psiquiatra Dr. Fredric Wertham e o Senador Estes Kefauver, culparam os quadrinhos de corromper os jovens leitores com imagens de violência e sexualidade. As empresas de histórias em quadrinhos responderam através da implementação de regulamentos internos severos, e eventualmente adotaram o rigoroso Código de Quadrinhos. Durante este período, Lee escreveu para vários gêneros incluindo Romance, Velho Oeste, Humor, Ficção Científica, Horror e Suspense. No final da década, Lee, agora morando com sua família em Hewlett Harbor, Nova Iorque, em Long Island, estava insatisfeito com sua carreira e considerava largar o campo da história em quadrinhos.

No final dos anos 50, o editor da DC Comics, Julius Schwartz, renasceu o gênero super herói e experimentou um sucesso significante com sua versão atualizada do Flash, e posteriormente com a super equipe da Liga da Justiça. Em resposta, o diretor Martin Goodman designou Lee a criar uma equipe de super heróis. A esposa de Lee sugeriu que Lee experimentasse com as estórias que ele gostava, já que ele estava pensando em trocar de carreira e não tinha nada a perder. Jack Kirby também sugeriu que ele criasse heróis com defeitos, alguns cujos super poderes não permitissem que eles superassem problemas pessoais como relacionamentos e dinheiro. Lee seguiu este conselho, dando aos super heróis uma humanidade falha, uma mudança no arquétipo ideal que era normalmente escrito para pré-adolescentes. Seus heróis poderiam ter mau humor, melancolia, vaidade, cobiça, etc. Disputavam entre si, se preocupavam em pagar suas contas e impressionar namoradas, e até mesmo doentes fisicamente. Antes dele, a maioria dos super heróis eram pessoas idealmente perfeitas sem problemas sérios: Superman era tão poderoso que ninguém podia machucá-lo, e Batman era um bilionário com uma identidade secreta. Os super heróis de Lee capturaram a imaginação de adolescentes e adultos que eram parte da população conhecida como resultado da Segunda Guerra Mundial. As vendas estouraram e Lee percebeu que ainda havia sentido e sucesso na carreira, no fim das contas.

O primeiro grupo de super heróis de Lee e do artista Jack Kirby foi a família do Fantastic Four. Sua popularidade imediata levou Lee e os ilustradores da Marvel a produzir um grande número de novos títulos. Com Kirby, Lee criou o Incrível Hulk, o Homem de Ferro, o Podereoso Thor e os X-Men; com Bill Everett, Daredevil; e com Steve Ditko, Doctor Strange e o personagem mais bem sucedido da Marvel, Spider-Man. Ele também recebe créditos com Kirby na criação do Surfista Prateado. A revolução que Stan Lee promoveu na Marvel foi além dos personagens e estórias indo para o modo como os quadrinhos engajavam os leitores e criaram um senso de comunidade entre fãs e criadores. Lee introduziu a prática da inclusão do painel de créditos na página inicial de cada estória, dando nome não só ao escritor e desenhista, mas também ao artista da pintura e diagramação. Notícias a respeito dos membros da equipe Marvel e estórias a serem lançadas eram apresentadas no jornal externo da empresa, que (como todas as outras colunas que apareciam em cada título) era escrita como uma conversa entre amigos.
Durante os anos 60, Lee escreveu, foi diretor de arte, e editou a maioria das séries da Marvel; controlava as páginas das cartas no jornal; escrevia uma coluna mensal chamada “Stan Soapbox”; e escrevia artigos promocionais, normalmente assinando com sua frase registrada, “Excelsior!” (que também é o lema do estado de Nova Iorque). Para manter sua quantidade de metas de trabalho e ainda assim alcançá-las, ele usou um sistema que havia sido utilizado anteriormente por vários estúdios de quadrinhos, mas devido ao sucesso de Lee em usá-lo, se tornou conhecido como o “Método Marvel” ou “Estilo Marvel” de criação de quadrinhos. Normalmente, Lee faria um brandstorm de uma estória com o artista e então prepararia uma breve sinopse ao invés de redigir todo o script. Baseado na sinopse, o artista preencheria o número de páginas designadas, determinando e desenhando o painel de toda a estória. Depois o artista fazia as páginas desenhadas, e Lee escrevia os balões e legendas, e então supervisionava a diagramação e pintura. Para tanto, os artistas eram colaboradores no roteiro, cuja colaboração resultava em rascunhos que Lee trabalhava em cima.

Devido a esse sistema, a divisão exata dos créditos nos quadrinhos de Lee era disputada, especialmente nos casos de quadrinhos desenhados por Kirby e Ditko. Apesar de Lee sempre elogiar o trabalho dos artistas da Marvel, alguns historiadores argumentam que a contribuição deles foi maior do que consta nos créditos. A disputa com Ditko sobre Spider-Man era algumas vezes amarga, apesar dele e Lee serem formalmente creditados como co-criadores nos filmes recentes do Spider-Man. Em 1971, Lee reformou indiretamente o Código dos Quadrinhos. O Ministério de Saúde, Educação e Assistência Social pediu a Lee para escrever uma estória sobre o perigo das drogas e Lee escreveu uma estória em que o melhor amigo do Spider-Man se torna viciado em drogas. A estória em três partes estava planejada para publicação nos números 96 a 98 do Amazing Spider-Man, mas a Autoridade do Código dos Quadrinhos a recusou porque mostrava o uso de drogas; o contexto da estória foi considerado irrelevante. Com a aprovação do editor, Lee publicou os quadrinhos sem autorização do ACQ. Os quadrinhos venderam bem e a Marvel ganhou elogios por seus esforços sociais. A ACQ conseqüentemente deu flexibilidade ao Código ao permitir apresentação das drogas de forma negativa, entre outras concessões.

Lee também usou os quadrinhos
como fonte de comentário social sobre o mundo real, normalmente lidando com racismo e intolerância. A “Stan Soapbox”, além de promover um futuro projeto de quadrinhos, também abordava assuntos de discriminação, intolerância ou preconceito. Além disso, Lee usava vocabulário sofisticado para o diálogo das estórias para encorajar os leitores a aprender novas palavras. Lee se justificava dizendo: “Se um garoto precisa ir ao dicionário, não é a pior coisa que pode acontecer a ele (ao ler as estórias)”.

Nos últimos anos, Lee se tornou figura pública e o rosto da Marvel Comics. Ele aparecia em convenções de história em quadrinhos em todo o país, discursando em faculdades e participando de painéis de discussão. Ele se mudou para a Califórnia em 1981 para ajudar no desenvolvimento da parte de TV e Filmes da Marvel. Ele foi produtor executivo, e fez várias aparições rápidas em adaptações da Marvel e outros filmes.

Lee se tornou amigo de um antigo advogado, Peter Paulo, que supervisava a negociação das negociações de um contrato não-exclusivo com a Marvel Comics pela primeira vez desde que começou a trabalhar para a Marvel. Isso permitiu a Paul e Lee iniciarem a criação de um super herói para a internet, incluindo o estúdio de produção e marketing, a Stan Lee Media, em 1998. A empresa cresceu para 165 pessoas e se tornou pública, mas no final de 2000, investigadores descobriram manipulações ilegais de ações feitas por Paul e o executivo Stephan Gordon. A Stan Lee Media declarou falência em Fevereiro de 2001, e Paul voou para São Paulo, no Brasil. Ele foi extraditado de volta aos Estados Unidos, e se declarou culpado pela violação da lei SEC Rule 10b-5, relacionada às ações da Stan Lee Media. Lee nunca foi implicado no esquema.

Lee criou a série de animações Stripperella de super heróis para a Spike TV. Em 2004, ele anunciou planos para colaborar com Hugh Hefner em um super herói que teria ao seu lado as coelhinhas da Playboy. Ele também anunciou um programa de super heróis que teria Ringo Starr, dos Beatles, como personagem principal. Adicionalmente, em Agosto deste ano, Lee anunciou o lançamento do Stan Lee’s Sunday Comics, disponível no Komikwerks.com, onde assinantes mensais podem ler um novo quadrinho e a “Stan Soapbox” todo Domingo. A coluna não tem sido atualizada desde 15 de Fevereiro de 2005.

Em 2005, Lee, Gill Champion e Arthur Lieberman formaram POW!
(Purveyors of Wonder = Criadores de Maravilhas) Entertainment para criar e desenvolver filmes, peças para televisão e vídeo games. O primeiro filme produzido pela POW! Foi o filme para televisão Lightspeed (Velocidade da Luz) (também conhecido como Stan Lee’s Lightspeed), que foi ao ar no Sci Fi Channel no dia 26 de Julho de 2006. O presidente e CEO da POW!, Champion, disse em 2005 que Lee estava criando um super herói, Foreverman, para um filme da Paramount Pictures, juntamente com o produtor Robert Evans e a Idiom Films, com Peter Briggs contratado para colaborar com Lee no roteiro.

Em 2005, Lee processou a Marvel por não ter pago sua parte dos lucros nos filmes da Marvel, ganhando mais de 10 milhões de dólares. A Marvel, em 2006, comemorou o aniversário de 65 anos de Lee com a publicação de uma série de quadrinhos estrelando o próprio Lee, se encontrando com várias de suas criações, incluindo o Spider-Man, Dr. Strange, A Coisa, o Surfista Prateado e Dr. Doom. Esses quadrinhos, também traziam pequenas estórias de criadores de quadrinhos como Joss Wheadon e Fred Hembeck, bem como reimpressões de aventuras clássicas escritas por Lee.

Em 2007, a POW! Entertainment iniciou uma série de animações em DVDs com a assinatura de Stan Lee. Cada filme traz um novo super herói, criados por Stan Lee para as séries. Os primeiros dois foram: Mosaico e O Condor.
Em Junho de 2007, os Estúdios Walt Disney entraram em um contrato de vários anos e primeiros a lancer as criações de Stan Lee e POW! Entertainment. “É como a realização de um sonho. Desde quando era pequeno, a Disney representava os melhores e mais excitantes filmes para mim… Espero com um entusiasmo indescritível me tornar parte deste mundo e contribuir com o que puder para manter a lenda viva e crescendo”, disse Lee.

De: Comic Book Database http://www.comicbookdb.com/creator.php?ID=98