NewsWeek.com. 11 de Setembro de 2008.
McCain e Obama celebram aniversario de 11/9
No aniversário dos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, McCain e Obama quebram partidarismo político para honrar os mortos.
Por: AP
(WASHINGTON) Os candidatos presidenciais John McCain e Barack Obama fizeram o marco zero sua plataforma comum por um raro dia, livre de política e cheio de memória. Colocando sua disputa em uma espera respeitável, eles caminharam juntos na quinta-feira em direção ao local onde uma vez ja foi o World Trade Center, e honraram os mortos nos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.
Eles desceram uma longa rampa rodeada de bandeiras de países, conversando às vezes, silenciosos às vezes, e até sorrindo em alguns momentos. Bem atrás deles, Cindy McCain de braços dados com o Prefeito Michael Bloomberg – Michelle Obama estava com suas filhas em Chicago. No final da rampa, os dois rivais pararam para falar com um pequeno grupo de pessoas cujas famílias foram vítimas dos ataques há sete anos atrás. Eles colocaram flores no buraco onde construíram uma piscina comemorativa – uma rosa cor-de-rosa de Obama, e uma rosa amarela de McCain – curvaram a cabeça em sinal de reverência e saíram para falar com as equipes de bombeiros e policiais. Não houveram discursos. “Obrigado, nos vemos,” disse McCain a Obama ao mesmo tempo em que os dois se cumprimentaram com um tapinha nas costas, apertaram as mãos e saíram.
Mais cedo, McCain havia falado brevemente em uma cerimônia simples na parte remota e rural da Pensilvânia, realizada em um imenso campo, próximo a onde o avião da United Airlines Vôo 93, o terceiro de quarto aviões comandados pelos terroristas, caiu. Os investigadores acreditam que alguns dos 40 passageiros e a equipe do avião tentaram tomar a cabine e assim atrapalharam os planos dos terroristas de usar aquele avião como arma, assim como aconteceu com os aviões que atingiram o World Trade Center e Pentágono. Todos a bordo de todos os aviões morreram. O Senador do Arizona disse que aqueles no avião podem ter salvo sua vida, tendo em vista que acredita-se que os terroristas intencionavam jogar o avião contra o capitólio americano. Ele disse que a única maneira de agradecer àqueles que morreram no vôo é “ser um Americano tão bom quanto eles foram.” “Podemos nem chegar perto do sacrifício que fizeram, mas, e honroso em tentar,” disse McCain.
Obama, em uma declaração, disse que em 11 de Setembro de 2001, os “Americanos em todo o país se sentiram como as famílias das vítimas, e se dispuseram a doar sangue, fazer caridade, e fazer uma oração por nosso país. Vamos renovar isso.” O Senador de Illinois acrescentou: “Lembremos que os terroristas responsáveis pelo 11 de Setembro ainda estão à solta, e devem ser trazidos a julgamento e justiça.”
O que eles não falaram a respeito foi a forma como discordam abertamente a respeito da guerra no Iraque, que McCain apóia e Obama se opõe dizendo que é uma distração para a guerra no Afeganistão e por maiores providências na luta contra o terrorismo. Não foi um dia para falar sobre diferenças, mas sim um momento de respeito em uma campanha que acaba em 54 dias. Ambos concordaram em suspender as propagandas críticas na TV.
Na Pensilvânia, membros de famílias em luto e alguns dignatários sentaram em frente a uma cerca adornada com bandeiras e lembranças que serviu como memorial temporário enquanto um permanente não é construído. Sinos tocaram à medida em que os nomes da vítimas eram lidos. McCain e outros depositaram coroas aos pés dos dois mastros e de uma enorme cruz de madeira.
A trégua política era evidente pelos comentários agradecendo McCain por ter viajado até Shanksville, feitos pelo Governador da Pensilvânia Ed Rendell, um Democrata que fala contra o candidato Republicano quando tem oportunidade, como representante da campanha de Obama. “É uma honra tê-lo aqui, não somente como candidato presidencial mas como um grande patriota Americano,” disse Rendell. Obama e McCain cruzaram caminhos novamente mais tarde no fórum da Universidade de Columbia num culto público na parte da noite. Suas sessões no fórum foram separadas. No local das Torres Gêmeas, Bloomberg disse a eles que o tempo estava terminando para tocar os fundamentos na base do buraco. “Esse é o último ano porque a rampa vai sair para a reconstrução,” ele disse.
Oficiais dizem que Obama e McCain falaram com membros de famílias, entre eles estavam Mary Fetchet, cujo filho Brad trabalhava no 89o. andar da Torre Sul; Michael Henry, irmão do bombeiro Joseph Henry; Joanne Langone, viúva do policial Tom Langone; e Maggie Lemagne, irmão do official de Autoridade de Portos David Lemagne. Brian Cichetti, um gerente de segurança do World Trade Center que estava trabalhando na construção do memorial e museu, também estava com eles. No topo da rampa na saída, McCain e Obama cumprimentaram oficiais de polícia. “Agradeço tudo o que vocês fazem,” Obama disse. “Deus os abençoe a todos. Estamos pensando em vocês hoje e todos os dias.”
O companheiro de campanha de Obama, Joe Biden, visitou um posto da Legião Americana em um subúrbio de Cleveland em evento só para convidados reunindo a polícia local e bombeiros. “Parte do que acontece hoje é relembrar os Americanos que todo dia acontecem coisas que são tanto comuns como profundas,” disse Biden relembrando os ataques. “Você veste seu uniforme, sai em seu carro sem saber o que vai encontrar. Se, Deus nos livre, algo parecido com isso (ataques terroristas) aconteça, serão vocês que irão tentar nos salvar.” A vice-candidata presidencial Republicana, Sarah Palin, estava em seu estado natal, o Alaska, para comparecer à uma cerimônia que enviou seu filho mais velho, Track, para combater no Iraque.
Obama e McCain apareceram juntos pela última vez em Agosto quando eles se cumprimentaram na mega-igreja do Pastor Rick Warren num Condado na California, onde falaram, separadamente, sobre sua fé e valores pessoais. Em Junho, eles foram ao funeral do jornalista da NBC Tim Russert, e se sentaram um do lado do outro a pedido da família.
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